Zagallo criou novo conceito com a Seleção de 1970
Em comparação entre futebol e cinema, Mário Jorge Lobo Zagallo, é o equivalente a Orson Welles: gênios que mudaram profundamente o local onde estavam inseridos e seguem como referência para qualquer pessoa que queira seguir a mesma profissão.
Welles era um jovem radialista quando, aos 25 anos de idade, ganhou a chance de dirigir seu primeiro filme. O resultado foi “Cidadão Kane”, em 1940, considerado o melhor filme de todos os tempos.
Já Zagallo mal tinha uma carreira estabelecida quando foi chamado, às pressas, para a Copa de 1970, no México, para comandar o time considerado em várias eleições como o melhor já visto no futebol, e que naturalmente se sagrou campeão.
Cidadão Kane e a Seleção do Tri foram balizadores de suas épocas. Estabeleceram as condições e as comparações com tudo o que viria a partir deles.
A seleção de 1970 formou a opinião do que é futebol brasileiro no exterior e aqui. Tudo o que você cobra e espera de um time de futebol estava lá: o jogo solto e alegre, mas coletivo.
A conquista também estabelece uma escola tática, uma filosofia sobre como jogar futebol, viva até hoje. É algo que você não vai ler em nenhum livro, ou que não tem um nome tão definido como "Jogo de Posição".
O Velho Lobo nunca foi um técnico autoral. Era um conciliador de talentos. Identificava um potencial técnico, algo que determinado jogador fazia com precisão, e encaixava aquela jogada ao time. Definia cobertura, posicionamento e simetria para que a equipe ficasse encaixada com e sem a posse da bola.
Redação Futebol Bauru
07/01/2024
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