Futebol Amador já teve Quadrilátero de Dallas, Pito Aceso, Morumbi e Pelé em Curuçá

21/10/2024Mais Esportes

Uma das formações da Portuguesinha em 1960. Da esquerda para a direita em pé: Gandola, Chiquinho, Carlinhos Menezes, Volnei, Negão e Maurinho Chuchu. Agachados: Zé Carlos Tentor, Paulo Sérgio Simonetti, Carlinhos Turco, Zequinha e Toninho Tatu. (Futebol Bauru/Arquivo).

O Campeonato Amador, da LBFA - Liga Bauruense de Futebol Amador só passou a ser disputado em campo fechado a partir de 1971, quando foi inaugurado o Distrital “Horácio Alves Cunha”, no Jardim Bela Vista e em 1974 o Distrital “Sílvio de Magalhães Padilha”, na Vila Giunta. 

A LBFA também utilizava o Estádio “Orlando Polido”, da Sanbra, na Vila Independência e a “Quinta Ranieri”, do Liceu Noroeste.

Antes, os times jogavam em campos de terra. Os campos eram cercados por corda e demarcados a cal. A bola era de capotão, pesada, e mais pesada ainda quando chovia. 

Quadrilátero

Lúcio Luciano, o Fogueteiro, pois fabricava fogos de artifício, ao assumir a presidência do Meia Lua resolveu “batizar” o nome do campo, onde hoje é o Distrital da Bela Vista, em “Quadrilátero de Dallas”. 

O nome em alusão ao presidente americano John Kennedy, assassinado em Dallas, no Texas, em 13 de novembro de 1963. 

O Fogueteiro queria “avisar” os times adversários que ao jogar no “Quadrilátero de Dallas”, sairiam derrotados impiedosamente pelo Meia Lua, comandado pelo zagueiro Dicinho. 

A tradicional

A Portuguesinha, tradicional time, treinava e jogava em seu campo nos fundos do Colégio Christino Cabral, no Jardim Estoril. O time tinha jogadores acima da média para a época. 

O goleiro Chiquinho e o meia Nenê Boteco jogaram depois no Noroeste. Nenê posteriormente fez sucesso no São Paulo ao lado do zagueiro Roberto Dias, ídolo do time nas décadas e 1960/70. 

Atrás da Coca

Também nas imediações da Praça Portugal, no Estoril, existia o campo do Fluminense, atrás da então fabrica dos Refrigerantes Bauru, a Coca-Cola. 

Atrás da Igreja São Judas Tadeu, na Rua Fernando Costa, ficava o campo do Grêmio que possuía “arquibancada” no barranco de terra, evidentemente.  

O Internacional treinava e jogava em campo onde hoje é a Faculdade de Odontologia, referência na América Latina. O time era conhecido como o Internacional da espanholada. 

Lelo

O Independente que revelou o zagueiro Lelo para o Noroeste, mandava seus jogos no “Morumbi da Bela Vista”, em terreno enorme entre as Ruas 1º de Maio e Francisco Alves. Hoje funciona a Escola José Aparecido Guedes de Azevedo. 

O campo do Juventus era nos altos do Parque União, em terreno plano. O destaque do time era o 10, Odair dos Santos Adorno, o Pelé. E no local da UPA - Unidade de Pronto Atendimento, no Jardim Bela Vista, existia o campo do Pito Aceso. 

Saqueiros

Em frente ao ginásio Panela de Pressão, do Noroeste, na Vila Falcão, treinava o Sesa - Sociedade Esportiva dos Saqueiros, time de funcionários do IBC - Instituto Brasileiro do Café, localizado no início da Avenida Elias Miguel Maluf que liga à Vila Dutra. 

O campo do 1º de Agosto, também em terreno gigante, ficava na atual Praça de Alimentação defronte a SHB - Sociedade Hípica de Bauru. A Praça leva o nome do renomado advogado Gastão Vidigal. 

Mulher no comando

Na década de 1950 o time da Tilibra tinha campo na Avenida Duque de Caxias onde é hoje O Supermercado Tauste e o Liceu Noroeste , na Quinta Ranieri. 

No início dos anos 1970 surgiu os Brasileirinhos, que treinava e jogava onde atualmente é o CSU - Centro Social Urbano, na Rua Ruy Barbosa, nos Altos do Jardim Bela Vista. 

Em 1987 os Brasileirinhos perderam o título para o Parquinho. “Dona” Rosália Soares do Amaral era presidente e técnica.

Toninho Guerreiro

O Paulista que revelou o atacante Toninho Guerreiro para o Noroeste e que depois se consagrou no Santos ao lado de Pelé, jogava em campo à beira dos trilhos da Fepasa, onde tinha um “mata burro”, na parte alta, próximo ao Quartel. O campo ficava onde é hoje o Jardim Santana. 

Palmer

No hoje Padilhão era o campo do Ordem e Progresso, do famoso Wanderley Telles Alves, o Palmer, falecido. O campo era chamado de Barroca devido ao talude de terra que servia de arquibancada. E no fundo do campo existia mina de água.

O Prudência, hoje Corinthians do Jardim Prudência, tinha sede própria e jogava em campo onde atualmente é a Vila Nova Esperança. 

Maior campeão

Parquinho, maior campeão do futebol amador de Bauru com 17 títulos, treinava e jogava no campo da Casa do Garoto, no Parque Vista Alegre. 

Em 1986 disputou o Campeonato Paulista 3ª Divisão, atual Série A3. Ficou 33 jogos invictos sob o comando de Zé Rubens, ex-Noroeste, e chegou as 8ªs de final. Mandava os jogos no Estádio Municipal “Luiz Edmundo Coube”, no Jardim Araruna. 

Entre a UPA/Bela Vista e o Parque União existiu o campo do Marabá. 

Sem traves

Em 1958 o DERAC - Departamento de Estrada e Rodagem AC, presidido por Inocêncio Medina Garcia tirou as traves do seu campo na Avenida Cruzeiro do Sul, onde hoje é o DETRAN. Medina assumiu a autoria e o Fortaleza foi proclamado campeão. 

O GRE Triagem bi-campeão do Amador do Estado em 1997/99 há anos não disputa o Amador, mas mantém o seu campo, o Mirante Ferroviário, no Jardim Guadalajara. No Amador no Triagem tem dois títulos: 1993 e 1999.

Pelé em Curuçá

Em Curuçá, atual Vila Dutra, jogava o famoso time Sãopaulinho. No campo na década de 1950, Pelé já dava show a parte. 

O super-conhecido jornalista, astrólogo e radialista João Carlos de Almeida, o João Bidu, brincou uma vez, em cobrança de pênaltis, com Pelé em uma manhã de domingo. O Sãopaulinho jogava onde hoje fica o Estádio Distrital “José Spectic Filho”. 

Botafoguinho

Campo inesquecível, igualmente de terra, na Rua Xingu, em frente à Escola Mercedes Paz Bueno, treinava e jogava o Botafoguinho, time de garotos, comandado pelo inesquecível Dagão (Dagoberto), falecido. No ostracismo. 

Na Avenida Rodrigues Alves, defronte ao Cemitério Saudade, existiu o campo do Nacional da Vila Cardia. Campeão Amador do Estado em 1998. 

Jogavam muito

Em 1971, o Nacional dividiu o título do Amador com o Fortaleza, em decisão do então presidente da LBFA, Engº José Cardoso Netto. 

O time da Vila Cardia era comandado por Jaime Gordo e tinha, entre outros, Alaour, Talão, Romicildo, Carlinhos Assis, Pisca, Cientista, Luiz Botina e Zé Rolha. 

O Fortaleza, único pentacampeão do Futebol Amador em 1960/61/62/63/64 comandado por Antônio Requena tinha entre outros Ricardo Coube, Maronezzi, Zé do Pito, Canhoto, Biota e Toninho Pipoca.

WC agressor

Campeão em 1974 sobre a Arca - Associação Recreativa Cultural Antarctica, no campo deste, o Beira Rio, onde hoje é o Atacadão Assaí, o Noroeste venceu com time juvenil contra time de adulto do Arca. 

Inconformado com a derrota e a perda do título Walter Costa, depois vereador, diretor do Arca, invadiu o campo e gratuita e covardemente agrediu Luiz Carlos de Oliveira, o Bolão, técnico do Noroeste. 

Sem Noroeste

O presidente Inocêncio Medina Garcia depois do lamentável episódio não mais permitiu o Noroeste disputar o Campeonato Amador. O que segue até hoje. 

EC Noroeste: Carlos Augusto; Helzio, Tecão, Walter e Mauricinho; Pererê, Luiz Carlos Martins e Toninho Moura; Serginho, Parraro e Darci Maravilha. ARCA: Zé Francisco; Toco, Valtinho, Luiz Carlos e Bira; Nego e Elizeu; Neizinho, Coutinho, Maguinho e Cunhanha. Técnico: Julinho Paixão.

Tecão depois jogou no São Paulo e foi campeão Pan-Amicano em 1975 no México. Parraro jogou com Muricy Ramalho, no América do México e Luiz Carlos Martins, técnico Rei do Acesso.

Erlinton Goulart, Futebol Bauru

www.futebolbauru.com.br

24/10/2024

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