Você dormiu aqui na praça ? me perguntou Zagallo, de madrugada
Eu tinha 23 anos, muita energia e muito foco no trabalho, modéstia parte. A madrugada na Praça de Agudos, defronte ao hotel, está na retina da memória.
Sentado em um dos bancos de cimento da praça, aguardava ansioso o ônibus do Botafogo RJ chegar, antes de o dia raiar.
Eu carregava um gravador National Panasonic, que apesar de portátil, pesava dependurado no ombro e também duas fitas cassetes Basf para não perder a reportagem, até então a segunda maior, haja vista que a primeira foi com Pelé, em noite de constelação de estrelas no céu de Santos, em 1974.
Finalmente o ônibus encostou trazendo a delegação do Botafogo que embarcou no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e desembarcou em Congonhas, em São Paulo. O trajeto até Agudos onde a delegação se concentrou foi feito de ônibus.
Hoje é 13
Não demorou e o técnico Zagallo desceu. Antes de pisar no solo, percebeu a minha inquietude.
“Menino
você dormiu aqui na praça”?. “Estamos com a sorte ao nosso lado, hoje é dia
Registra-se que Zagallo era fascinado pelo número 13 que o acompanhou em toda a sua trajetória vitoriosa, quer como jogador, técnico ou coordenador.
Entrevistei, trêmulo, Zagallo que lembrou estar o Botafogo invicto há 52 jogos, desde 9 de julho de 1977.
À noite, de 13 de Julho de 1978, pelo Campeonato Brasileiro, o Noroeste enfrentou o Botafogo, no lotado estádio “Alfredo de Castilho”.
Jorge Maravilha, de pernas finas, corria como ninguém e fez o gol do Noroeste.
Nos acréscimos do jogo, entretanto, Cremílson empatou para o time da Estrela Solitária, mantendo a incrível invencibilidade, sob o comando do Velho Lobo que agora dorme eterno.
Essa é uma das histórias que trago comigo e agora incrustada em minha memória de avô babão do Nuno Goulart Hadba.
Erlinton Goulart
07/01/2024
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