Dirigente discute com a PM e morre em campo

04/03/2011Noroeste

Celso Zinsly, então superintendente do Noroeste

Sentado, observado pela mulher Lúcia e atendido pelo médico Róbson Tavares

Desmaiado é carregado para a secretaria

Volta para o campo carregado até a ambulância, que o leva, mas não o traz de volta

Corpo é velado no ginásio. Fotos: Evegntos Assessoria

Celso Zinsly iniciou em 2003 o processo de modernização do Noroeste e reformas no complexo do Estádio "Alfredo de Castilho".

 “É brincadeira. Esse tipo de coisa só acontece em Bauru”, esbravejava descontrolado Celso Odair Zinsly, 50 anos, superintendente do Noroeste, contra a PM - Polícia Militar que liberara os setores 3 e 4 do estádio “Alfredo de Castilho”, para a torcida do Palmeiras, deixando a do Noroeste sem espaço no estádio lotado.

 

Zinsly, inconformado, discutia com os policiais em campo, mas com o olhar dirigido aos jornalistas na ex-tribuna de honra, transformada por ele em setor de imprensa. Minutos depois o Palmeiras, em 25 de fevereiro de 2006, venceria o Noroeste por 3 a 1, e o pior estava predestinado.

 

Discussão e estresse

Celso Zinsly estava mais uma vez brigando pelos interesses do clube que ajudou fazer renascer. Menos de 30 minutos depois da discussão Celso Zinsly estava morto, vítima de infarto fulminante. Em campo o Palmeiras já vencia por 2 a 0, com 15 minutos de jogo.

 

O superintende do Noroeste estava visivelmente irritado com a liberação dos setores pela PM. Gritava que o Palmeiras havia solicitado só dois mil ingressos que garantiam acomodação nos setores 1 e 2. Depois de vários reclamos, dirigiu-se o centro do campo, ameaçando abrir os portões do estádio para a torcida entrar.

 

Caminhando sem rumo

Na volta, em direção ao vestiário do árbitro, Celso já caminhava lento, respirando com dificuldade. Narinas dilatadas, parecia já não mais ouvir e as pernas já não obedeciam.

 

Desmaiou e foi levado nos braços dos gandulas para dentro da secretaria, onde ficava por mais de 14 horas. Saiu na maca sem camisa, com oxigênio.

 

A ambulância que o levou, voltou menos de 30 minutos depois, mas sem o dirigente, de confiança do presidente Damião Garcia, que preferiu ver o jogo pela TV, escapando da cena que tão cedo não desaparecerá da retina da memória do torcedor que foi ao jogo.

 

O corpo foi velado no ginásio “Panela de Pressão”, hoje em estado de penúria. Celso Zinsly que em 4 de março de 2006 completaria 51 anos, foi sepultado, em 26 de fevereiro, em Osasco.

 

Erlinton Goulart, especial para o Futebol Bauru

www.futebolbauru.com.br

04/03/2011.

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