Clube inova com "choque de gestão"
O Internacional começa a pôr em prática um ajuste administrativo e financeiro inspirado no “choque de gestão” implementado por governos do PSDB pelo país.
A fórmula se baseia em controle rígido de gastos em todos os departamentos do clube, principalmente no futebol, implantação de um sistema de metas e avaliação de resultados.
A gestão do novo presidente do clube, Giovanni Luigi, contratou por dois anos o economista gaúcho Aod Cunha, 42 anos, para a recém-criada função de vice-presidente executivo.
Ex-secretário de Fazenda do Rio Grande do Sul, Cunha foi o principal formulador do ajuste fiscal feito pela ex-governadora tucana Yeda Crusius de
As decisões de Cunha abrangerão as áreas de finanças, marketing, administração e patrimônio do Inter. O objetivo básico, segundo Cunha, é reduzir o a distância entre o orçamento, uma peça que costuma ser fictícia, do movimento efetivo do caixa, e zerar o déficit do clube.
Internacionalizar a marca
A outra frente da profissionalização da gestão do Inter é o aumento da receita. O plano é seguir o exemplo de clubes europeus e “internacionalizar” o clube.
Na prática, isso significa promover ações de marketing no exterior e ganhar torcedores que consumam produtos com a marca Inter no Oriente Médio ou China.
Cunha afirma que as mudanças da gestão do clube são uma tendência no país por causa do aumento da renda do torcedor brasileiro.
“O mercado vai profissionalizar na marra a gestão dos grandes clubes. Quem fizer isso antes sai na frente. Times como Corinthians ou Flamengo, se bem administrados, vão rivalizar com Manchester, com Barcelona. É só ver o tamanho das suas torcidas ponderadas pela renda per capita média desses mercados e isso inevitavelmente acontecerá”, aposta.
Uma das guinadas ocorrerá na área de aquisições de jogadores. Ao contrário dos últimos anos, quando foi às compras, o Internacional agora apostará em atletas da base.
“Nossa questão é trabalhar com meta e disciplina orçamentária, mas eventualmente uma grande contratação que o clube possa planejar e fazer um plano de negócios”, diz Cunha.
Segundo o economista, a nova gestão vai se traduzir num clube que não precisará vender jogadores no afogadilho. Com mais dinheiro em caixa, diz, o time vai responder no campo.
“Futebol é um business diferente porque envolve paixão. Tem paixão e é o futebol que conta, mas a paixão depende do futebol e o futebol, de recursos”, declarou.
Em dezembro passado, o Inter perdeu para o africano Mazembe,
Redação Futebol Bauru
05/01/2011.