Noroeste vai investir forte na base para voltar à elite
O diretor Beto Souza falou com exclusividade ao www.futebolbauru.com.br
Em breve o Noroeste estará tornando público vários projetos: o carro-chefe, com intensidade, envolverá as categorias de base do clube. “Sem a base consolidada o Noroeste fica com futuro incerto”, revela em entrevista, com exclusividade, o diretor executivo Beto Souza (foto).
Em entrevista exclusiva ao www.futebolbauru.com.br o diretor executivo do Noroeste, João Roberto de Souza disse que “novidades serão apresentadas” nos próximos dias, mas não antecipando quais os projetos do clube rebaixado novamente à Série A-2 em 2012. Mas sabe-se que entre os projetos, o de maior investimento, será nas categorias de base.
Em sua sala no Estádio “Alfredo de Castilho”, Beto Souza adiantou que o departamento médico do clube, que vem “recebendo, constantemente, investimento, com a contratação de mais dois profissionais fisioterapeutas continuará tendo atenção especial”.
Segundo o diretor “o Campeonato Paulista é o mais difícil e o mais competitivo do Brasil, depois do Brasileiro Série A. Os quatro que subiram em 2009 caíram. No deste ano, dos quatro que subiram dois caíram e um, o Linense, brigou até o final para não cair e o Americana se salvou devido a base da Série B”, observa.
Muitas contratações
Beto Souza pontua “a falta de uma base que não tínhamos, nos levou a ter de contratar 18 atletas. E quando você traz muitos jogadores, no nosso caso por necessidade, em novembro, em dezembro, para começar o campeonato em janeiro é muito difícil. Tudo tem de dar certo. Infelizmente para nós nada deu certo, tudo deu errado”.
Beto não se exime da responsabilidade, com o caráter e a probidade que lhe sobram. “Que argumento tenho para dizer que as contratações não foram mal feitas? Se o time ficou em penúltimo? Os treinadores não deram resultado”, destaca.
A base, o caminho
Para evitar em futuro próximo o sobe e desce é preciso valorizar a base. “Quando chegamos em novembro de 2009 pegamos o clube sem jogadores na base o que motivou muitas contratações”, justifica.
A partir de dezembro passado o Noroeste montou novamente um time Juvenil para disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior. “E neste ano estamos investindo na base, formando elencos nas categorias Infantil, Juvenil e Sub-20”. O time de Juniores disputará o Campeonato Paulista o que não havia desde 2005.
O técnico Jorge Saran, que quase salvou o time do rebaixamento, está mantido para a Copa Paulista. “Nessa competição queremos montar uma base para no próximo ano não contratarmos tanto”, deseja Beto Souza.
Mais investimento no DM
O Departamento Médico do clube está longe de ser responsável pelo fraco desempenho do time em campo, mas há anos, carece de investimento permanente, para que possa funcionar e atender com agilidade e rapidez, cada vez maiores.
O diretor concorda que o DM, criticado pelo então técnico Luciano Dias, apesar de dedicado, é ponto nevrálgico. “Precisamos sim ter um cuidado maior com o DM, pois neste ano tivemos muitas lesões, atletas que foram para o DM e demoraram um pouquinho para voltar e isso acabou atrapalhando bastante”, reconhece.
Críticas construtivas, sim
Com a peculiar educação, que o caracteriza, Beto Souza assumiu (sempre) responsabilidade pelo rebaixamento e disse entender as criticas.
“Elas são naturais e compreensivas no momento em que o elenco deixou a desejar, aliás, foi vergonhoso com a penúltima colocação. Foi totalmente diferente do que esperávamos e planejávamos”.
O diretor disse aceitar as críticas, principalmente as feitas no “sentido de construir”, mas não será tolerante com ataques passionais ou de cunho pessoal. “A esses vamos buscar a Justiça que é o fórum apropriado”, citou.
Seguir trabalhando
O rebaixamento abalou o dirigente, mas não a ponto de abandonar o projeto. “Sou profissional. Trabalhamos no futebol desde os 18 anos de idade, temos contato com muita gente. E apesar do rebaixamento recebemos convites de clubes, alguns em nível A”.
Segundo Beto Souza “temos para com o clube, para com a cidade, para com o presidente Damião Garcia, para com a Família Garcia, o compromisso moral de recolocar o Noroeste na Série A-1, na elite do futebol paulista. E vamos, novamente, conquistar o acesso”, garante.
Tudo religiosamente pago
O dirigente lamenta o fracasso, “até porque, mesmo com o rebaixamento, todos receberam religiosamente em dia. O ‘seu’ Damião honra os compromissos”, elogia.
O diretor lembra que “seguimos o planejamento”, destacando que a exemplo do sucesso do acesso, quando o elenco começou a ser montado em novembro de 2009, “agimos assim em relação ao Paulistão, com o elenco sendo montado, a partir de novembro do ano passado”.
Otacílio, capítulo à parte
Com a ferida do rebaixamento ainda não cicatrizada, Beto Souza ainda convive com a frustração pela contratação de Otacílio Neto. “O Otacílio era unanimidade no clube, na torcida, na imprensa, na cidade e não correspondeu à expectativa”.
Ainda segundo Beto Souza “todos ficamos felizes com o retorno do Otacílio Neto. E a sua contratação não foi fácil. Por ter conquistado o título de vice-campeão Sul-Americano pelo Goiás passou a ser objeto de desejo de muitos clubes”, afirma.
“Fizemos esforço grande para contratá-lo já que é atleta com padrão de salário alto e tinha propostas de times da Série A do Brasileiro. Mas infelizmente não surtiu o efeito, não rendeu o que todos nós esperávamos”, lamentou.
Sem ingerência, garante Beto
Sobre jogadores de o elenco serem agenciados pela LF Assessoria Esportiva Ltda, empresa de Luís Fernando Garcia, um dos filhos do presidente Damião Garcia, Beto Souza foi taxativo: “Eu só aceitei assumir o Noroeste com a condição de não haver ingerência”.
Lembra que “Quando cheguei deixei bem clara: se fosse para sofrer ingerência de alguém eu não ficaria aqui. Isso serve para o Fernando e qualquer pessoa”, pontuou.
Procurações vencidas
O celular toca, mas Beto Souza se mantém focado na entrevista, garantindo que Fernando Garcia “lá atrás assinou procuração com garotos da base para representá-los, mas as procurações venceram, tanto que renovamos o contrato com o Giovanni (ala-meia, revelado pela base, anos atrás) que temos 75% e 25% dos direitos econômicos são do Giovanni”, revelou.
Quanto a Otacílio Neto, Vandinho e Matheus, entre outros, que aparecem no site da LF Assessoria Esportiva, Beto Souza foi categórico: “eu não deixaria de contratar esses jogadores, vinculados ou não a empresa do Fernando, porque todos queriam: a cidade, a torcida, a imprensa”, lembrou o diretor que após a entrevista se reuniu com o técnico Jorge Saran.
Erlinton Goulart, especial para o Futebol Bauru
04/05/2011.
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