Tudo na vida acaba, e se renova
O ex-repórter esportivo e atual empresário José Hawilla, antigo parceiro da Fifa, junto a Conmebol - Confederação Sul-Americana de Futebol e à CBF, foi banido da entidade que dirige o futebol Sul-Americano depois de longa disputa nos bastidores.
A Traffic, empresa de J. Hawilla, foi afastada pela Conmebol que rege o futebol Sul-Americano e por todas as Confederações Nacionais do continente. A decisão foi tomada pelo Comitê Executivo da Conmebol.
A Conmebol, que chamou J.Hawilla de “persona non grata”, alguém não bem-vindo, ou a quem se fazem restrições, anunciou que as próximas três edições da Copa América, assim como os próximos Sul-Americanos Sub-17 e Sub-20 até 2023, serão comercializadas pela empresa argentina Full Play.
A Conmebol considera legais e vigentes todos os acordos já feitos com a Full Play e ameaça processar terceiros que afrontem esses acordos. Segundo a Conmebol, a agora inimiga Traffic não terá mais negócios com nenhuma das dez associações filiadas à Confederação Sul-Americana.
As relações entre Conmebol, CBF e Traffic tiveram seu auge na década de 1990. A empresa cuidou de diversos torneios, como a extinta Copa Mercosul e a planejada Copa Pan-Americana, que virou a Copa Sul-Americana.
A Traffic, que investiu até em um canal de TV esportivo que faliu, acabou sendo a grande responsável pela realização do Mundial de Clubes da Fifa de 2000, inclusive. O torneio foi exibido pela TV Bandeirantes, então parceira da empresa, e teve como campeão o Corinthians, que também tinha parceria com a Traffic.
O poder que a empresa brasileira alcançou passou a incomodar alguns dirigentes e empresários estrangeiros, notadamente argentinos.
O nome de J. Hawilla passou a ter cada vez mais resistência na Conmebol nos últimos anos, e a empresa foi perdendo força nos bastidores. A gota d´água para os dois lados foram os direitos da Copa América de 2015, prevista para acontecer inicialmente no Brasil.
A Traffic acredita ainda ser a detentora dos direitos da edição. A Conmebol, já acertada e assinada com a Full Play, vive desde abril um litígio com a Traffic.
Ricardo Teixeira, de quem J. Hawilla se aproximou nos anos 1990, esteve na reunião do Comitê Executivo da Conmebol que proclamou com direito a nota oficial o empresário brasileiro como “persona non grata” na entidade e nas dez Confederações Nacionais do continente, incluindo a CBF.
Redação Futebol Bauru
25/11/2011.