Bonfim agora já é História no centenário Noroeste

01/01/2011Noroeste

Bonfim, exemplo de jogador e de homem

Bonfim, ao lado do diretor executivo Beto Souza, disse estar estudando "várias propostas". O zagueiro marcou época com 204 jogos. Chegou a jogar emprestado pela Ponte Preta, mas depois retornou ao Noroeste, o "clube do coração".

Se não posso servi-lo o quanto devo, quero ao menos amá-lo o quanto posso, deve ter pensado Bonfim, nestas últimas semanas, quando soube que o seu contrato com o Noroeste, vencido sexta-feira passada, não seria renovado.

 

Em 14 de dezembro do ano passado, o www.futebolbauru.com.br anunciou com exclusividade que o contrato não seria prorrogado. Foram 204 jogos com a camisa do Noroeste, desde novembro de 2003, quando chegou tímido, por indicação do então técnico Túlio Tangione.

 

Bonfim entra para o seleto grupo de mais de 200 jogos pelo Noroeste, como o atacante Zé Carlos, que de 1960 a 66 fez 286 partidas e anotou 129 gols.

 

Crisanto Alves, de 1938 a 50, atuou 274 vezes com 206 gols anotados. O defensor Xandú, falecido em julho passado, é o recordista com 341 jogos e 23 gols marcados, nas décadas de 1940 e 50.

 

Auge em 2005

Bonfim é o ícone da administração Damião Garcia que atingiu o píncaro da glória nos anos de 2005 e 06, com o acesso, após 12 anos, ao Paulistão e o título da Copa Federação. Em 2006 com a participação inédita na Copa do Brasil e também o inédito quarto lugar alcançado no Paulistão.

 

No Paulista Série A-2 em 2005, Bonfim foi o capitão do time que se sagrou vice-campeão, perdendo o título para o Juventus.

 

Bonfim, ídolo e respeitado, não tem a velocidade de Tecão, que depois do Noroeste defendeu o São Paulo e a Seleção Brasileira Olímpica, campeã dos Jogos Pan-Americanos de 1975, no México.

 

Não tem o posicionamento de Jorge Fernandes e a impulsão de Lelo, todos “esquecidos” na mal fadada festa do Centenário, organizada “nas coxas” pelo departamento de marketing que só funciona quando recebe comissão.

 

Bonfim, entretanto, superou as deficiências com incrível amor à camisa e, sobretudo pela dedicação extremada, cumprindo a risca as determinações. Jamais se rebelou. É um exemplo de homem e jogador a ser seguido.

 

Perdeu a titularidade

Apesar de ídolo da torcida, Bonfim foi perdendo a titularidade. Primeiro no Paulistão/2006 com o técnico Paulo Comelli, após sofrer empate, nos acréscimos para o Corinthians, em São Paulo. No ano seguinte foi sacado do time por Pintado e depois, sequencialmente, pelos técnicos Márcio Bittencourt e Fahel Júnior.

 

Na preparação para a disputa do Paulista Série A-2, no primeiro semestre de 2010, o então técnico Amauri Knevitz acenava com a substituição de Bonfim, que disputou apenas oito jogos, pelo jovem Éder Lima, 13 partidas.

 

Se Knevitz tinha dúvida, o atual técnico Luciano Dias não teve. Tão logo assumiu o comando, em 23 de fevereiro, passou a escalar Samuel e Éder Lima, que de reservas se destacaram no time que conquistou o acesso à A-1.

 

O símbolo irretocável da administração Damião Garcia entra agora para a História Centenária do Noroeste, onde quase sempre os probos e abnegados não são devidamente valorizados. 

 

Erlinton Goulart, especial para o Futebol Bauru

www.futebolbauru.com.br

31/12/2010.

 

 

2004

Campeão Jogos Regionais Jaú

Vice-campeão Jogos Abertos Barretos

3º colocado Paulista Sub-20

Acesso da A-3 para a A-2

 

2005

8ªs finais Copa São Paulo Futebol Júnior

Acesso da A-2 para a A-1

Campeão Copa Federação

 

2006

4º colocado Paulistão

Campeão do Interior

 

2007

Vice-campeão do Interior

 

2008

Vice-campeão do Interior

 

2009

Descenso do Paulistão para a A-2

 

2010

Acesso da A-2 para a A-1

 

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